domingo, 4 de novembro de 2012
sábado, 22 de setembro de 2012
PARA PENSAR
[O conceito de movimento dialético não tem sido usado por
ninguém, desde Marx, e ele o usou de uma forma muito não-hegeliana. Usou-o para
a evolução material, para a sociedade, para classes – para mostrar como a
sociedade progride através de classes, através da luta de classes. Marx disse:
“Hegel estava posto de cabeça para baixo e eu o coloquei novamente sobre os pés,”.
Mas, realmente, o contrário foi o que se deu. Hegel estava sobre seus pés e
Marx o colocou de cabeça para baixo. E, por causa de Marx, o conceito muito
fecundo da dialética tornou-se contaminado pelo comunismo. Mas o conceito é
muito belo, muito significativo. Tem muita profundidade. Hegel diz: “O
progresso de uma ideia, o progresso da consciência, é dialético. A consciência
progride através da dialética.” Eu digo que qualquer força vital progride
através da dialética, e a meditação é o maior fenômeno acontecido, a explosão
da força da vida. Ela é mais profunda do que uma explosão atômica, porque numa
explosão atômica apenas uma partícula de matéria explode, mas na meditação uma
célula viva, uma existência viva, um ser vivo explodem. Essa explosão ocorre
através da dialética. Assim, usa a ação, e lembra-te da não-ação. Terás que
fazer muito, mas recorda que todo esse fazer se da apenas para alcançar o
estado no qual nada se faz.]. (RAJNEESH, Bragwan Shree – nome antigo do OSHO,
1976, p.34. Organizado por BHARTI, Ma Satya, Ed. Cultrix/Pensamento). (imagem) universo%255B2%255D.jpg
– Osho explica que a atividade física para se chegar a
meditação, criada por ele, exige um esforço máximo até não poder mais continuar,
até não ter mais para onde ir – o fazer. É um estratagema, um meio, para a
meditação acontecer – o não fazer; o estado de relaxamento, o abandono total, o
estado passivo, a consciência do todo.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Teatro na minha vida
Me
recordo da novela “Irmãos Coragem” na primeira vez que assisti televisão, foi
na casa de uma vizinha, minha mãe e meu padrasto ainda não tinham televisão. Eu
adorava as novelas e chorava sempre! – Me vejo como um produto dessa sociedade
televisiva: eu beijava a boca do Mick Jagger no televisor, sonhava em ser a
cinderela que ia ganhar o sapatinho do Silvio Santos, dançar no programa do
Raul Gil, ser uma paquita da Xuxa. Mas também gostei do Garibaldi, Balão
Mágico, Grande Família com o ator Luiz Armando de Queiroz, ...e uma cena
inesquecível do ator Sérgio Cardoso numa mini-serie.
O
Teatro apareceu quando eu ainda estava na mesma escola da Fanfarra – Escola
Vital Brasil, mas provavelmente no último ano escolar; 8ª serie, eu tinha 16
anos. O Diretor se chamava Ataliba, ele era o delírio das meninas (me incluo um
pouco nisso)! Lembro da minha primeira cena/peça: personagem filha, enterro do
pai, com direito a caixão de verdade e tudo. Na cena do velório eu chorei tão
esteriotipadamente que todos pareciam acreditar que era verdade - era o que eu via e ouvia! Depois disso eu
tinha certeza que queria ser atriz! Falava para minha mãe que quando eu tivesse
a maioridade ia estudar teatro na cidade grande. As pessoas falavam que era
muito difícil. Eu respondia: “Se eu não tentar, como vou saber se vou conseguir
ou não?” Eu lia tudo sobre a vida dos atores - mas só nas revistas de banca de jornal!
...queria saber como eles faziam para chegar lá, desde pequena “eu queria ser
alguém”, assim eram os meus pensamentos. Mas não lembro de ter me empenhado nos
estudos – eu não tinha orientação, eu mesma buscava o meu caminho como eu
achava que devia ser. Lembro das
turmas de amigos, festivais de teatro e música, festas, agitação. Ainda na
cidade de Maringá, final do ano 1981 para 1982, decidi prestar o vestibular
para Educação Física (parecia ser mais fácil passar), e coloquei uma condição:
se eu não passasse eu iria para São Paulo com a família de uma amiga, a
Fidalga, que voltariam a morar em São Paulo. Não passei!
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Filme: Minha Voz, Minha Vida
Fiquei surpresa e muito feliz! acabo de receber duas copias do DVD deste filme que fiz com o Diretor Deivison Fiuza, e eis que estou ali, na capa, puxa, que bacana! obrigada e sucesso para o filme!
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Tirando o Sangue
Acabei de chegar do meu exame de sangue, uma agenda
semestral que tenho no Hospital das Clinicas, uma sala repleta de pessoas em
filas e sentadas, cada um esperando por sua vez. Nos últimos minutos da minha
espera, agora sentada já na boca do atendimento, de onde se pode ver algumas
pessoas nos vários ‘cantos’ com seus atendentes e seus sangues sendo retirados,
meu olhar se deteve nas costas de uma cadeira de rodas, com um travesseirinho
aparecendo. Havia algumas pessoas ao redor, era possível perceber uma certa
preocupação. Comentários que passaram rapidamente pelos meus ouvidos me fizeram
entender que não estavam conseguindo “encontrar aquela veia” para retirar
aquele sangue. Quando enfim a retirada do meu sangue foi finalizada, atendida
por uma moça morena bonita e simpática – que inclusive se interessou pelo livro
que estava em minhas mãos – me dirigi para sair. Os passos me levavam
obrigatoriamente a passar ao lado daquela cadeira de rodas em direção a porta
de saída. Olhei, parei, e vi uma mocinha muito jovem magrinha, cabeça raspada,
com aquele típico azulado de ‘barba serrada’, tinha algo de Sinead O’Connor. A
dor estampada em seu rosto me veio como um golpe dilacerando minhas emoções.
Era uma expressão de choro, tão sem força, com o bracinho avermelhado estendido
e segurado por uma ‘atendente/enfermeira’ e outras apoiando, virando, apalpando
– procurando a veia. Seu rosto e seu corpinho expressava a recusa, como se
estivesse cansada de tanta dor, completamente fragilizada. Não pude continuar
olhando, apesar da curiosidade, uma sensação de impotência, de não querer que
meu olhar incomodasse e contribuísse ainda mais com aquela dor, me encaminhei
para a saída. No corredor próximo a escada e elevadores, parei, respirei. Aquela
imagem se instalou forte em minhas emoções, uma imagem de dor cansada misturada
com sua beleza fragilizada me encheu os olhos de lagrimas. Não foi possível
deixar de lembrar – apesar de não caber uma comparação – da minha gatinha
adoecida, no dia em que decidi levá-la para o sacrifício. Seu corpinho
fragilizado, sem forças, seu bracinho também manipulado para encontrar a veia. Infelizmente não foi
possível encontrar a veia, e uma agulha entrou em seu coração... eu só pude
ouvir três respirações, suas ultimas três ‘recusas’ ou ‘alívio’. Eu ainda não sei.
Esses golpes, de alguma forma nos empurram para
valorizar o que temos, e se temos, devemos ser responsáveis por algo a ser dado,
deixado, doado, compartilhado, contributivo ao ser humano.
sábado, 7 de abril de 2012
A partir de um Relatório, ou Psicodrama
Relatório de aula do dia
02/04/2012:
"Papéis"
No livro ‘Lições de Psicodrama’, p. 68, “A Origem dos Papéis na Matriz de Identidade”
, compreende três fases –
já criadas em capítulos anteriores
– mas aqui indicadas para o surgimento dos papéis: (Matrizes de Identidades
Totais indiferenciada e diferenciada, e de Brecha).
Constato que seus detalhamentos no estudo me agrada, me
identifico, e vem ao encontro do meu entendimento e pesquisa no estudo de
atriz, principalmente nesta terceira fase que vai englobar o desempenhar dos
papéis e culminar na espontaneidade.
Os ‘papéis’ estudados por Moreno são intrinsecamente relacionados com os ‘papéis’
desenvolvidos no teatro. E que, obviamente, o teatro (os atores) os estuda na
vida. – Aliás, a base do estudo desenvolvido por Moreno veio da sua experiência
com o teatro, conforme relatado no livro.
Entramos então, na outra parte complementar sobre o
desenvolvimento e desempenho dos vários papéis. A professora exemplificou uma
situação em que alguém ganha uma calça; para demonstrar as seguintes três
fases: 1. Role-taking “tomada do papel ou adoção do papel, que consiste em
simplesmente imitá-lo a partir dos modelos disponíveis.” , 2. Role-playing “é o
jogar o papel, explorando simbolicamente suas possibilidades de representação”
e 3. Role-creating “é o desempenho do papel de forma espontânea e criativa”.
Percebo que estas três etapas na fase adulta, e portanto
papéis sociais e psicossomáticos, estão relacionadas com as três etapas das
Matrizes citadas anteriormente (Identidades
Totais e de Brecha).
Foi muito interessante o exemplo simples da calça – dado
pela professora, para transmitir o
mesmo conteúdo e compreensão (comparado por mim, ao teatro/ator) à um grupo de
pessoas com conhecimentos variados e não exatamente em teatro: 1. conhecer bem
a calça, observar o tamanho para saber se é seu número – o personagem esta fora
do ator, o ator estuda o personagem; 2. vestir a calça, sentir se serviu, sua
flexibilidade – o ator tenta sentir o personagem, o articula, verifica;
e 3. começa a enfeitar a calça – o ator se apropria do personagem, se diverte.
Conforme comentei na sala de aula, a terceira fase (Role-creating)
me fascina, é a grande busca do ator, o divertimento, o prazer no palco, a
total apropriação do personagem, o desengessamento de todo o processo de estudo.
E que se traduz perfeitamente no aqui e
agora –hic et nuc em latim, no desencadear
respostas a partir da sensibilidade disponível e percepção interna mútua
entre dois indivíduos na relação télica,
dos estudos do J.L.Moreno.
As três fases do estudo (Role-taking, Role-playing,
Role-creating) já foram, obviamente, e vem sendo exploradas por vários
estudiosos do teatro, com base lá em Constatin Stanislavski – 1905, neste ano
Moreno tinha dezesseis anos.
Não me recordo (se estiver no livro) e não encontrei em uma
rápida procura, se o Moreno em algum momento estudou com Constatin Stanislavski,
ou com algum de seus discípulos. E percebo que Augusto Boal (pela comparação das
datas) pode ter tomado conhecimento dos estudos do Moreno. Boal veio anos
depois, e tem muito processo de estudos semelhantes, principalmente sobre o
Teatro Jornal. – por hora supri a necessidade do relatório, mas a pesquisa
continua.
Concluindo
Exatamente por esse vasto e enorme trabalho do ator em
estudar vários tipos de personagens é que acredito na grandeza dessa profissão
em favorecer a evolução desse ser humano, em capacitá-lo ao entendimento e
compreensão de outros seres humanos, capacitá-lo a se colocar no lugar do
outro. Por isso todo método que se utilize da atividade teatral, dentro desses procedimentos
de estudos, só pode contribuir para a evolução e melhoria de qualquer ser
humano em qualquer profissão ou status social. É de uma riqueza maravilhosa o
passo a passo dos estudos do J.L.Moreno, e sua visão para direcionar
metodologicamente e psicologicamente ao que lhe interessava, como optou depois,
pela exclusão da necessidade do texto decorado.
Bibliografia:
GONÇALVES, C. Salles; WOLFF,
José Roberto; ALMEIDA, W. Castello, ‘LIÇÕES DE PSICODRAMA’, Introdução ao Pensamento de J.L.Moreno –
São Paulo, Ágora, 10ª Edição.
quarta-feira, 7 de março de 2012
Pós-Graduação
Dia 05/03/2012.
Segunda aula de Pós-Graduação em Psicopedagocia Arte-Terapia.
Na segunda parte da aula, a proposta foi falar de si, a
partir das seguintes indicações: Seu nome, formação, trabalho-o que?, qual
paixão em arte?, porque esta aqui?
Obs.: Se esta era mesmo a
proposta de aula da professora, minha intuição estava conjecturando comigo!
Pois, no intervalo antes da segunda parte da aula, eu havia comentado com a própria
professora sobre minha dúvida de continuar ou não, o curso. – Talvez eu
estivesse no lugar errado, preferiria cursar a Pós de História da Arte, mas
esta é somente aos sábados, o que não me favorece. Devido a uma série de
fatores, me é mais conveniente estar nesta na qual estou.
Foi realmente um grande prazer ouvir cada um dos colegas
falando dos seus desejos, anteriores, atuais e posteriores. Uma turma ricamente
mista e em sua maioria preocupada com a educação! Lindo! Eu diria que, Divino!
Tudo aquilo estava ali sendo oferecido para mim (e para todos), naquele meu
momento de dúvida. – Será que a professora fez isso de propósito? Não importa.
Se fez, esta aí um bom exemplo de como dar uma boa aula.
Foi estimulador para digerir melhor meus pensamentos. Ouvir as
experiências de cada um nos dá referências. Alguns colegas já exercem funções
sociais na educação, ora voluntários, ora na função de professores, atuando em
instituições exemplares; escolas, empresas, ONGs. Apenas uma colega (se não me
engano), se traduz como artista em função do desenvolvimento de uma arte mais
conceitual, - gostei das palavras dela, me soou internamente, e complementei
com meus próprios pensamentos: um desenvolvimento de pesquisa, aperfeiçoamento de
si para si e para o todo, uma busca de conhecimento para se chegar a uma
essência, um prazer muito interno de criação para falar através da arte, contribuir
com a cultura, geração de idéias de arte em nosso momento de vida, de século: o
que me faz estar em estado de criação, de superação.
Bom, a maioria dos colegas tem trabalhos admiráveis, com
pessoas especiais (deficientes físicos, etc), ou lugares especiais (carentes de
professores interessados, ou com missão bem definida para a educação efetiva,
etc.). Meus pensamentos caminharam de um extremo a outro a cada experiência
somada. Se para alguns colegas suas convicções, pesquisa, discernimento, e
linha de atuação estavam claras, para outros ainda são turvas. Para estes, me foi
possível perceber a necessidade de uma etapa anterior de auto conhecimento, de
reorganização interna, de aprendizado pessoal em lidar com suas próprias
emoções, ansiedades, centralizar seu eixo interior para apreender o eixo
exterior. Que bom, eles estão lá procurando o aperfeiçoamento, a capacitação, a
evolução. E eu? Eu também.
Procuro a capacitação acadêmica (mas não quero que minha
vida se resuma em dar aulas), o aperfeiçoamento na formulação dos pensamentos
para melhor lidar com o outro, no diálogo sensível em equipe e para a equipe. –
De certa forma é uma superação para uma garota do interior, que chegou com sua
ansiedade sem saber falar direito,
e não estudou o suficiente quando devia, mas que ainda insiste em atuar
em um mercado devorador.
Com certeza o curso vai me auxiliar na minha prioridade, que
é passar pelo desenvolvimento da pesquisa, da monografia, me capacitar
didaticamente e perceptivamente, ampliar o conhecimento, para dar aulas de
teatro/interpretação, e me preparar para algo mais que esta lá na frente.
...Elaboração e realização dos meus projetos de teatro, teatro/interpretação em
várias árias (?), mestrado (?) – possivelmente.
Mas ficou uma reflexão: “Tantos colegas aqui se
aperfeiçoando para se doar melhor ao outro, ao ensino. E eu? Estou me doando só
a mim mesma?”
-
em parte até respondo (ou me defendo): todas as ‘personagens’,
peças de teatro, também oferecem suas experiências, referências à uma platéia.
Quero estar inteira dentro de cada uma delas, de muitas.
A dúvida. Tudo que eu escrevi aqui, é novo para mim? Não.
Não é.
Mas um ator estuda o ser humano, amplia seu conhecimento na
psicologia, terapia, artes plásticas, pedagogia, filosofia, ...
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