sábado, 22 de setembro de 2012

PARA PENSAR


[O conceito de movimento dialético não tem sido usado por ninguém, desde Marx, e ele o usou de uma forma muito não-hegeliana. Usou-o para a evolução material, para a sociedade, para classes – para mostrar como a sociedade progride através de classes, através da luta de classes. Marx disse: “Hegel estava posto de cabeça para baixo e eu o coloquei novamente sobre os pés,”. Mas, realmente, o contrário foi o que se deu. Hegel estava sobre seus pés e Marx o colocou de cabeça para baixo. E, por causa de Marx, o conceito muito fecundo da dialética tornou-se contaminado pelo comunismo. Mas o conceito é muito belo, muito significativo. Tem muita profundidade. Hegel diz: “O progresso de uma ideia, o progresso da consciência, é dialético. A consciência progride através da dialética.” Eu digo que qualquer força vital progride através da dialética, e a meditação é o maior fenômeno acontecido, a explosão da força da vida. Ela é mais profunda do que uma explosão atômica, porque numa explosão atômica apenas uma partícula de matéria explode, mas na meditação uma célula viva, uma existência viva, um ser vivo explodem. Essa explosão ocorre através da dialética. Assim, usa a ação, e lembra-te da não-ação. Terás que fazer muito, mas recorda que todo esse fazer se da apenas para alcançar o estado no qual nada se faz.]. (RAJNEESH, Bragwan Shree – nome antigo do OSHO, 1976, p.34. Organizado por BHARTI, Ma Satya, Ed. Cultrix/Pensamento). (imagem) universo%255B2%255D.jpg
– Osho explica que a atividade física para se chegar a meditação, criada por ele, exige um esforço máximo até não poder mais continuar, até não ter mais para onde ir – o fazer. É um estratagema, um meio, para a meditação acontecer – o não fazer; o estado de relaxamento, o abandono total, o estado passivo, a consciência do todo.


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Casamento da Tia Zilma

Estive no casamento da minha tia Zilma, e  na igreja no final da cerimônia, cantei para ela!!! Foi um delicioso presente!
Foi em Maringá - Paraná, 25 de agosto 2012.
 Em breve postarei aqui o vídeo.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Teatro na minha vida


Me recordo da novela “Irmãos Coragem” na primeira vez que assisti televisão, foi na casa de uma vizinha, minha mãe e meu padrasto ainda não tinham televisão. Eu adorava as novelas e chorava sempre! – Me vejo como um produto dessa sociedade televisiva: eu beijava a boca do Mick Jagger no televisor, sonhava em ser a cinderela que ia ganhar o sapatinho do Silvio Santos, dançar no programa do Raul Gil, ser uma paquita da Xuxa. Mas também gostei do Garibaldi, Balão Mágico, Grande Família com o ator Luiz Armando de Queiroz, ...e uma cena inesquecível do ator Sérgio Cardoso numa mini-serie.
O Teatro apareceu quando eu ainda estava na mesma escola da Fanfarra – Escola Vital Brasil, mas provavelmente no último ano escolar; 8ª serie, eu tinha 16 anos. O Diretor se chamava Ataliba, ele era o delírio das meninas (me incluo um pouco nisso)! Lembro da minha primeira cena/peça: personagem filha, enterro do pai, com direito a caixão de verdade e tudo. Na cena do velório eu chorei tão esteriotipadamente que todos pareciam acreditar que era verdade - era o que eu via e ouvia!  Depois disso eu tinha certeza que queria ser atriz! Falava para minha mãe que quando eu tivesse a maioridade ia estudar teatro na cidade grande. As pessoas falavam que era muito difícil. Eu respondia: “Se eu não tentar, como vou saber se vou conseguir ou não?” Eu lia tudo sobre a vida dos atores  - mas só nas revistas de banca de jornal! ...queria saber como eles faziam para chegar lá, desde pequena “eu queria ser alguém”, assim eram os meus pensamentos. Mas não lembro de ter me empenhado nos estudos – eu não tinha orientação, eu mesma buscava o meu caminho como eu achava que devia ser.  Lembro das turmas de amigos, festivais de teatro e música, festas, agitação. Ainda na cidade de Maringá, final do ano 1981 para 1982, decidi prestar o vestibular para Educação Física (parecia ser mais fácil passar), e coloquei uma condição: se eu não passasse eu iria para São Paulo com a família de uma amiga, a Fidalga, que voltariam a morar em São Paulo. Não passei!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Filme: Minha Voz, Minha Vida

Fiquei surpresa e muito feliz! acabo de receber duas copias do DVD deste filme que fiz com o Diretor Deivison Fiuza, e eis que estou ali, na capa, puxa, que bacana! obrigada e sucesso para o filme!
 
 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Tirando o Sangue


Acabei de chegar do meu exame de sangue, uma agenda semestral que tenho no Hospital das Clinicas, uma sala repleta de pessoas em filas e sentadas, cada um esperando por sua vez. Nos últimos minutos da minha espera, agora sentada já na boca do atendimento, de onde se pode ver algumas pessoas nos vários ‘cantos’ com seus atendentes e seus sangues sendo retirados, meu olhar se deteve nas costas de uma cadeira de rodas, com um travesseirinho aparecendo. Havia algumas pessoas ao redor, era possível perceber uma certa preocupação. Comentários que passaram rapidamente pelos meus ouvidos me fizeram entender que não estavam conseguindo “encontrar aquela veia” para retirar aquele sangue. Quando enfim a retirada do meu sangue foi finalizada, atendida por uma moça morena bonita e simpática – que inclusive se interessou pelo livro que estava em minhas mãos – me dirigi para sair. Os passos me levavam obrigatoriamente a passar ao lado daquela cadeira de rodas em direção a porta de saída. Olhei, parei, e vi uma mocinha muito jovem magrinha, cabeça raspada, com aquele típico azulado de ‘barba serrada’, tinha algo de Sinead O’Connor. A dor estampada em seu rosto me veio como um golpe dilacerando minhas emoções. Era uma expressão de choro, tão sem força, com o bracinho avermelhado estendido e segurado por uma ‘atendente/enfermeira’ e outras apoiando, virando, apalpando – procurando a veia. Seu rosto e seu corpinho expressava a recusa, como se estivesse cansada de tanta dor, completamente fragilizada. Não pude continuar olhando, apesar da curiosidade, uma sensação de impotência, de não querer que meu olhar incomodasse e contribuísse ainda mais com aquela dor, me encaminhei para a saída. No corredor próximo a escada e elevadores, parei, respirei. Aquela imagem se instalou forte em minhas emoções, uma imagem de dor cansada misturada com sua beleza fragilizada me encheu os olhos de lagrimas. Não foi possível deixar de lembrar – apesar de não caber uma comparação – da minha gatinha adoecida, no dia em que decidi levá-la para o sacrifício. Seu corpinho fragilizado, sem forças, seu bracinho também  manipulado para encontrar a veia. Infelizmente não foi possível encontrar a veia, e uma agulha entrou em seu coração... eu só pude ouvir três respirações, suas ultimas três ‘recusas’ ou ‘alívio’.  Eu ainda não sei.
Esses golpes, de alguma forma nos empurram para valorizar o que temos, e se temos, devemos ser responsáveis por algo a ser dado, deixado, doado, compartilhado, contributivo ao ser humano.

sábado, 7 de abril de 2012

A partir de um Relatório, ou Psicodrama

Relatório de aula do dia  02/04/2012:
"Papéis"
No livro ‘Lições de Psicodrama’, p. 68, “A Origem dos Papéis na Matriz de Identidade” , compreende três fases – já criadas em capítulos  anteriores – mas aqui indicadas para o surgimento dos papéis: (Matrizes de Identidades Totais indiferenciada e diferenciada, e de Brecha).

Constato que seus detalhamentos no estudo me agrada, me identifico, e vem ao encontro do meu entendimento e pesquisa no estudo de atriz, principalmente nesta terceira fase que vai englobar o desempenhar dos papéis e culminar na espontaneidade. Os ‘papéis’ estudados por Moreno são intrinsecamente relacionados com os ‘papéis’ desenvolvidos no teatro. E que, obviamente, o teatro (os atores) os estuda na vida. – Aliás, a base do estudo desenvolvido por Moreno veio da sua experiência com o teatro, conforme relatado no livro.

Entramos então, na outra parte complementar sobre o desenvolvimento e desempenho dos vários papéis. A professora exemplificou uma situação em que alguém ganha uma calça; para demonstrar as seguintes três fases: 1. Role-taking “tomada do papel ou adoção do papel, que consiste em simplesmente imitá-lo a partir dos modelos disponíveis.” , 2. Role-playing “é o jogar o papel, explorando simbolicamente suas possibilidades de representação” e 3. Role-creating “é o desempenho do papel de forma espontânea e criativa”. 

Percebo que estas três etapas na fase adulta, e portanto papéis sociais e psicossomáticos, estão relacionadas com as três etapas das Matrizes citadas anteriormente (Identidades Totais e de Brecha).

Foi muito interessante o exemplo simples da calça – dado pela professora,  para transmitir o mesmo conteúdo e compreensão (comparado por mim, ao teatro/ator) à um grupo de pessoas com conhecimentos variados e não exatamente em teatro: 1. conhecer bem a calça, observar o tamanho para saber se é seu número – o personagem esta fora do ator, o ator estuda o personagem; 2. vestir a calça, sentir se serviu, sua flexibilidade – o ator tenta sentir o personagem, o articula, verifica; e 3. começa a enfeitar a calça – o ator se apropria do personagem, se diverte.

Conforme comentei na sala de aula, a terceira fase (Role-creating) me fascina, é a grande busca do ator, o divertimento, o prazer no palco, a total apropriação do personagem, o desengessamento de todo o processo de estudo. E que se traduz perfeitamente no aqui e agora –hic et nuc em latim, no desencadear respostas a partir da sensibilidade disponível e percepção interna mútua entre dois indivíduos na relação télica, dos estudos do J.L.Moreno.
As três fases do estudo (Role-taking, Role-playing, Role-creating) já foram, obviamente, e vem sendo exploradas por vários estudiosos do teatro, com base lá em Constatin Stanislavski – 1905, neste ano Moreno tinha dezesseis anos.

Não me recordo (se estiver no livro) e não encontrei em uma rápida procura, se o Moreno em algum momento estudou com Constatin Stanislavski, ou com algum de seus discípulos. E percebo que Augusto Boal (pela comparação das datas) pode ter tomado conhecimento dos estudos do Moreno. Boal veio anos depois, e tem muito processo de estudos semelhantes, principalmente sobre o Teatro Jornal. – por hora supri a necessidade do relatório, mas a pesquisa continua.


Concluindo

Exatamente por esse vasto e enorme trabalho do ator em estudar vários tipos de personagens é que acredito na grandeza dessa profissão em favorecer a evolução desse ser humano, em capacitá-lo ao entendimento e compreensão de outros seres humanos, capacitá-lo a se colocar no lugar do outro. Por isso todo método que se utilize da atividade teatral, dentro desses procedimentos de estudos, só pode contribuir para a evolução e melhoria de qualquer ser humano em qualquer profissão ou status social. É de uma riqueza maravilhosa o passo a passo dos estudos do J.L.Moreno, e sua visão para direcionar metodologicamente e psicologicamente ao que lhe interessava, como optou depois, pela exclusão da necessidade do texto decorado.

Bibliografia:
GONÇALVES, C. Salles; WOLFF, José Roberto; ALMEIDA, W. Castello, ‘LIÇÕES DE PSICODRAMA’, Introdução ao Pensamento de J.L.Moreno – São Paulo, Ágora, 10ª Edição.  

 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Pós-Graduação


Dia 05/03/2012.
Segunda aula de Pós-Graduação em Psicopedagocia Arte-Terapia.

Na segunda parte da aula, a proposta foi falar de si, a partir das seguintes indicações: Seu nome, formação, trabalho-o que?, qual paixão em arte?, porque esta aqui?

Obs.: Se esta era mesmo a proposta de aula da professora, minha intuição estava conjecturando comigo! Pois, no intervalo antes da segunda parte da aula, eu havia comentado com a própria professora sobre minha dúvida de continuar ou não, o curso. – Talvez eu estivesse no lugar errado, preferiria cursar a Pós de História da Arte, mas esta é somente aos sábados, o que não me favorece. Devido a uma série de fatores, me é mais conveniente estar nesta na qual estou.

Foi realmente um grande prazer ouvir cada um dos colegas falando dos seus desejos, anteriores, atuais e posteriores. Uma turma ricamente mista e em sua maioria preocupada com a educação! Lindo! Eu diria que, Divino! Tudo aquilo estava ali sendo oferecido para mim (e para todos), naquele meu momento de dúvida. – Será que a professora fez isso de propósito? Não importa. Se fez, esta aí um bom exemplo de como dar uma boa aula.

Foi estimulador para digerir melhor meus pensamentos. Ouvir as experiências de cada um nos dá referências. Alguns colegas já exercem funções sociais na educação, ora voluntários, ora na função de professores, atuando em instituições exemplares; escolas, empresas, ONGs. Apenas uma colega (se não me engano), se traduz como artista em função do desenvolvimento de uma arte mais conceitual, - gostei das palavras dela, me soou internamente, e complementei com meus próprios pensamentos: um desenvolvimento de pesquisa, aperfeiçoamento de si para si e para o todo, uma busca de conhecimento para se chegar a uma essência, um prazer muito interno de criação para falar através da arte, contribuir com a cultura, geração de idéias de arte em nosso momento de vida, de século: o que me faz estar em estado de criação, de superação.

Bom, a maioria dos colegas tem trabalhos admiráveis, com pessoas especiais (deficientes físicos, etc), ou lugares especiais (carentes de professores interessados, ou com missão bem definida para a educação efetiva, etc.). Meus pensamentos caminharam de um extremo a outro a cada experiência somada. Se para alguns colegas suas convicções, pesquisa, discernimento, e linha de atuação estavam claras, para outros ainda são turvas. Para estes, me foi possível perceber a necessidade de uma etapa anterior de auto conhecimento, de reorganização interna, de aprendizado pessoal em lidar com suas próprias emoções, ansiedades, centralizar seu eixo interior para apreender o eixo exterior. Que bom, eles estão lá procurando o aperfeiçoamento, a capacitação, a evolução. E eu? Eu também.

Procuro a capacitação acadêmica (mas não quero que minha vida se resuma em dar aulas), o aperfeiçoamento na formulação dos pensamentos para melhor lidar com o outro, no diálogo sensível em equipe e para a equipe. – De certa forma é uma superação para uma garota do interior, que chegou com sua ansiedade sem saber falar direito,  e não estudou o suficiente quando devia, mas que ainda insiste em atuar em um mercado devorador.

Com certeza o curso vai me auxiliar na minha prioridade, que é passar pelo desenvolvimento da pesquisa, da monografia, me capacitar didaticamente e perceptivamente, ampliar o conhecimento, para dar aulas de teatro/interpretação, e me preparar para algo mais que esta lá na frente. ...Elaboração e realização dos meus projetos de teatro, teatro/interpretação em várias árias (?), mestrado (?) – possivelmente.

Mas ficou uma reflexão: “Tantos colegas aqui se aperfeiçoando para se doar melhor ao outro, ao ensino. E eu? Estou me doando só a mim mesma?”

-       em parte até respondo (ou me defendo): todas as ‘personagens’, peças de teatro, também oferecem suas experiências, referências à uma platéia. Quero estar inteira dentro de cada uma delas, de muitas.

A dúvida. Tudo que eu escrevi aqui, é novo para mim? Não. Não é.
Mas um ator estuda o ser humano, amplia seu conhecimento na psicologia, terapia, artes plásticas, pedagogia, filosofia, ...