Há pouco tempo visitei o Blog do Mário Viana, e quando li o post dele “Mortos sem Sepultura” sobre a recorrente utilização do tema espíritos ou contato com os falecidos nos filmes, como por exemplo “Além da Vida” de Chico Xavier, não resisti e postei um comentário. Na verdade fiquei tentada em contar minha experiência com espíritos. Como gostei bastante do que consegui escrever, posto também aqui no meu Blog, mas eu não inventei, é de verdade:
“Tenho experiência muito íntima ao assunto. Minha avó é médium – ela é do sítio, nunca estudou, trabalhou na roça, era a benzedeira da região e sempre foi católica. Ela é médium porque é, porque aceitou essa dádiva, sei lá... Lembro-me das poucas sessões para a família (pois meu avô não aceitava) sempre muito divertidas com alguns espíritos que vinham para fazer graça, ou dizer o sexo do bebê de alguma mãe grávida, ou disvendar sofrimentos amorosos. Aos espíritos bons, suas vindas eram permitidas pelo espírito protetor dela, outros de má índole, bravos, ditos: do mal, eram recusados – não eram da mesa branca. Bom, ela (ou o espírito protetor dela) foi meu porto sentimental e existencial por um bom período. Mesmo eu em São Paulo (minha família é do Paraná) eu enviava perguntas através da minha mãe, em conversa por telefone. Uma certa vez, morando com mais cinco amigos em uma casa no bairro Saúde (todos nós juntos alugamos a casa) eu ouvia vozes, barulhos na escada, alguma coisa batendo... durante a noite de sono. Perguntei ao espírito da minha avó: o que era isso? (Pergunta enviada por telefone, através da minha mãe) Resposta: Morava antes na casa uma senhora cega que usava bengala, ela não sabia que havia morrido. O espírito pediu que eu acendesse uma vela e orasse para que os anjos falasse à ela que estava morta e a conduzisse ao lugar de descanso... algo assim. E o medo de acender uma vela para esse fim? Ok, fiz. Fiz porque investiguei a “resposta”. Perguntei aos vizinhos se conheciam quem morava na casa. Eles responderam que era uma senhora (não lembro o nome dela) e que era cega, que vivia pedindo para o jardineiro cortar a cerca viva do quintal frente a rua, porque ela batia a bengala na cerca viva e dizia que o mato estava grande. Afirmaram que a cerca nunca chegava a ficar bonita, ou verdinha, e que era uma pena. Ui!”