No
ano de 1998 conheci e passei um carnaval esse lugar, praia da Enseada no Guarujá.
Foi o melhor do carnaval, quando a música baiana Aché gritava, vibrava, na voz
de Daniela Mercury pelos trios elétricos ocupando as ruas. Eu dancei muito no
meio da multidão!
Mas
também me recordo que aqui neste Café da Praça, onde hoje frequento, eu não
entrava só passava em frente, achava tudo muito bonito, caro e muito chique –
eu que só tinha o dinheiro do ônibus de volta e do aluguel do quartinho onde eu
e minha amiga nos alojamos. Imaginava que o preço de qualquer produto aqui
fosse muito caro. Mas não era só o preço, as pessoas que aqui estavam eram
diferentes de mim, elas significavam mais. Eu me sentia excluída destes meios.
Era a baita sensação de baixa alta estima que imperava em mim. O lugar mudou ou
fui eu quem mudei? Nunca é uma coisa só,
é um conjunto de fatores. O mundo gira, muda, e nós nos transformamos,
aprendemos, adquirimos conhecimento e visão. Sou muito grata por estar onde
estou, falo do “lugar” dentro de mim, expansão humana e desapego.