Me
recordo da novela “Irmãos Coragem” na primeira vez que assisti televisão, foi
na casa de uma vizinha, minha mãe e meu padrasto ainda não tinham televisão. Eu
adorava as novelas e chorava sempre! – Me vejo como um produto dessa sociedade
televisiva: eu beijava a boca do Mick Jagger no televisor, sonhava em ser a
cinderela que ia ganhar o sapatinho do Silvio Santos, dançar no programa do
Raul Gil, ser uma paquita da Xuxa. Mas também gostei do Garibaldi, Balão
Mágico, Grande Família com o ator Luiz Armando de Queiroz, ...e uma cena
inesquecível do ator Sérgio Cardoso numa mini-serie.
O
Teatro apareceu quando eu ainda estava na mesma escola da Fanfarra – Escola
Vital Brasil, mas provavelmente no último ano escolar; 8ª serie, eu tinha 16
anos. O Diretor se chamava Ataliba, ele era o delírio das meninas (me incluo um
pouco nisso)! Lembro da minha primeira cena/peça: personagem filha, enterro do
pai, com direito a caixão de verdade e tudo. Na cena do velório eu chorei tão
esteriotipadamente que todos pareciam acreditar que era verdade - era o que eu via e ouvia! Depois disso eu
tinha certeza que queria ser atriz! Falava para minha mãe que quando eu tivesse
a maioridade ia estudar teatro na cidade grande. As pessoas falavam que era
muito difícil. Eu respondia: “Se eu não tentar, como vou saber se vou conseguir
ou não?” Eu lia tudo sobre a vida dos atores - mas só nas revistas de banca de jornal!
...queria saber como eles faziam para chegar lá, desde pequena “eu queria ser
alguém”, assim eram os meus pensamentos. Mas não lembro de ter me empenhado nos
estudos – eu não tinha orientação, eu mesma buscava o meu caminho como eu
achava que devia ser. Lembro das
turmas de amigos, festivais de teatro e música, festas, agitação. Ainda na
cidade de Maringá, final do ano 1981 para 1982, decidi prestar o vestibular
para Educação Física (parecia ser mais fácil passar), e coloquei uma condição:
se eu não passasse eu iria para São Paulo com a família de uma amiga, a
Fidalga, que voltariam a morar em São Paulo. Não passei!